sábado, 13 de janeiro de 2018

Estou de volta! Para o meu equilíbrio!

Boa tarde amigos e curiosos !

Após mais de 3 anos estou de volta para trazer notícias da minha jornada no mundo da arte Bonsai e também comunicar que retomei minha atenção para as queridas plantas que neste período estiveram órfãos .

Muita coisa aconteceu nesse período desde o fim e a volta do meu casamento, mudança de residência, de foco no trabalho, e claro, como um bom ser humano descuidado, não consegui equilibrar todos os meus papeis de vida, ficando o prazer de exercer a arte Bonsai, representado pelo papel "coisas que o Bruno gosta" totalmente relegado ao ostracismo.

Neste período, perdi plantas na mudança, outras morreram por não se adaptarem ao novo tempo de exposição de sol e o ph da água do novo local de residência, algumas foram roubadas (é isso mesmo! surrupiadas pela grade do jardim) e a maioria perdi por falta de cuidados básicos.

Dos 40 projetos que possuía, sem contar pequenas mudas e sementes em desenvolvimento, sobraram cerca de 12 exemplares, daqueles mais resistentes, que aos poucos trarei para acompanharem o desenvolvimento.

Vocês devem estar se perguntando: Tá, mas se você largou essas plantas pra sobreviverem por si só, porque estará retornando ao cultivo? A resposta é muito simples. Porque eu amo praticar e acompanhar seu lento desenvolvimento, e ao final de cada período, ver os frutos, as folhas e as estruturas saudáveis e ter a certeza de que fiz um bom trabalho. Alimentar minha família e decorar nossas casas com exemplares criados por mim também é um motivo legal.

Ocorre que essa vontade do cuidado nunca morreu em mim, mas quando desequilibrei meus papeis focando apenas no trabalho, muitos gostos e satisfações foram subjugadas, como se não tivessem importância na minha vida e perdi coisas boas durante o caminho.

Mas 2017 foi um ano diferente e a virada para 2018 manteve um desejo forte de ser pleno, em todos os papeis, familia, trabalho, voluntário e por aí vai. E algumas leituras e reflexões, despertaram em mim essa necessidade, de atender a todos os papeis, pois do contrário não haveria plenitude em meu desenvolvimento pessoal e muito menos de realizações.

E aqui estamos, retomando um dos maiores prazeres que encontrei na vida, e desenvolvi inicialmente sozinho para depois com o apoio de amigos inesperados na cidade e outros tantos pela internet, praticar novas técnicas após estudos interessantes.

Se você está chegando pela primeira vez, pode não entender muito bem esse contexto e achar que o post não tem a ver com bonsai, mas tem ok? Para que aquelas belíssimas plantas sejam apresentadas com glamour, cores fantásticas e formas artísticas como se vê na tv ou cinema, antes, muito trabalho de base tem de ser feito, como o que estou mostrando hoje por exemplo, por isso, convido a percorrer outros posts aqui do blog que você vai entender.

Sem mais delongas, apresento abaixo as atividades desenvolvidas nessa semana na tentativa de salvar aquelas que lealmente se mantiveram de pé enquanto me distanciei.

Todas as plantas que mostrarei abaixo estavam extremamente carentes de cuidados, tanto de tratamento e troca de substrato, como adubação, poda, proteção e tudo mais. Assim, ainda que para algumas especies, a troca de substrato está fora do período atual, realizei algumas trocas e nada mais. Vou deixá-las se recuperarem para nas próximas janelas de cuidado realizar intervenções para seus crescimentos saudáveis.


Esse é um piteco criado desde a semente assim que retirei do vaso. A espécie possui uma estrutura muito boa para o bonsai pois possui características de envelhecimento de tronco, folhas pequenas e crescimento bem espaçado na copa.

Como pode ser visto, não havia mais espaço para crescimento e alimentação. O substrato de terra, areia e cacos de telha foi totalmente consumido pelas raízes, apresentando-se super seco. Confira a história dessa planta clicando aqui

Essa é uma laranjeira kinkan, segundo minhas fontes. Assim como piteco e todas as demais plantas, o substrato estava extremamente pobre, apesar do excelente sistema radicular secundário, com inúmeras raízes finas para alimentação. Clique aqui e conheça mais sobre a minha laranjeira.

Essa conheço como Ficus Green Island, uma planta de interior leitoso muito bacana, flexivel e resistente. Apesar de mais de 3 anos sem cuidados, resistiu bem e as raízes estavam saudáveis. Deposito muita expectativa nela pois possui um movimento estilo cascata natural que gosto muito. Conheça esse mimo clicando aqui


Mais um exemplar com o comprometimento do substrato para seu desenvolvimento. A foto retrata bem como as raízes começaram a circular o vaso em busca de alimento. Conheça uma das fases dessa bougainville (também conhecida como primavera)  clicando aqui
Aqui a mesma primavera anterior, também apelidada carinhosamente de bouga salmão, devido às cores de suas folhas em época de floração.

Essa romanzeira é muito querida e uma das plantas mais difíceis que encontrei pelo caminho. Até hoje apanho para compreender  seu desenvolvimento e fornecer  as condições e alimentos mais favoráveis. Veja aqui como ela chegou a crescer, inclusive dando um fruto.



Essas duas primaveras são bem jovens e possuem pouquissimas raízes, muitas se perderam por terem apodrecido com muita umidade nos vasos sem os substratos adequados. 

Também um planta complicada de arriscar no bonsai, especialmente porque as coníferas de uma forma geral crescem sempre pra cima e não aceitam muito bem as podas. Também maltratada pelo tempo esse Cipreste querido está indo para uma casa nova. 


Assim foi o meu retorno, com tentativas de salvamento antes de apresentar beleza e exuberância. Continue acompanhando e venha comigo nessa jornada de conhecimento da arte bonsai. Acompanhe também o Bonsai Clube Juiz de Fora e conheça outros corajosos e curiosos nessa aventura do bonsai.

Um forte abraço e até a próxima!