quarta-feira, 16 de março de 2011

Aula sobre Resedá

Boa noite aos amigos,

No último final de semana estive circulando na região central de Juiz de Fora cortada pela linha ferrea, conforme dicas do colega Werley, que em sua prolongação há diversas plantas coloridas e de diversas espécies, contudo, muitas vezes abandonadas e maltratadas por moradores de rua ou mesmo vândalos que costumam circular nesta região, quando me deparei com a seguinte planta que não consegui identificar.


Estava em meio a outras com tronco parecido, que me falaram ser ficus, e me chamou muito atenção por possuir belas floração com cores vivas de pequenas pétalas e pequenas folhas, assim, logo pensei se seria uma espécie interessante para o bonsai.

Assim, como bom principiante que sou, fiz o mais sensato, fotografei para apresentar e pedir ajuda os amigos no fórum do atelier do bonsai http://www.atelierdobonsai.com.br/forum/viewtopic.php?p=161218&highlight=#161218.

Além de ser informado pelo nobre amigo Leandro de Itapuranga-GO, se tratar de uma rosedá, que até então desconhecia, tive uma senhora aula sobre a espécie com o nickyfury de Brasília-DF, a qual transcrevo em parte:

Bruno, o resedá tem vários nomes pelos quais é conhecido: planta de jupiter, extremosa, são alguns dos comuns. O nombe correto, porém, é lagerstroemia indica. Os japoneses chamam de Sarusubere. Há inumeras variedades, que podem ser distinguidas pelo tipo da folha e a cor das flores. Um dos grandes atrativos do cultivo dessa espécie visando formar lindos bonsai, além da floração, é a tonalidade das folhas, que muda de cor ao longo do ano. Um show à parte.

Em meu viveiro, tenho vários pré e bonsai formados com essa espécie, além de alguns tronquinhos engrossando no chão. Veja tres exemplares:





Veja nessa ultima imagem a tonalidade avermelhada das folhas:



Cultivar essa espécie é relativamente simples: basta definir o estilo, a partir do formato do tronco, nebari, etc. Os galhos devem ser deixados livres, para crescer e engrossar um pouco. Quando observar que a madeira dos galhos começa a mudar para uma tonalidade levemente marrom, é hora de aramar. A aramação deve ficar um pouco solta, sem constranger muito o galho. Após moldar o galho, para mante-lo, segue-se com podas de manutenção: cortamos o galho bem curto deixando apenas um par de folhas na ponta. A partir das folhas, nas axilas delas, virão novas brotações, que irão dar origem a novos galhos.

Dessa forma, sempre podando e aramando, vamos preenchendo os espaços vazios, além de proporcionar galhos primários, secundários, terciários e ramificação fina para a arvore, que ao final de alguns anos de cultivo, ficará linda, bem densificada. Podemos realizar até duas desfolhas totais, durante o ano, ou apenas uma, dependendo da região do país onde se está.

Ao desfolhar, corte a folha pelo pecíolo (talinho), mantendo-o preso no galho, de maneira que ele caia sozinho. Fique atento a eliminar brotações que surgem na base, nas raízes, na base do tronco e por todo o tronco, fora da area razoavel, se porventura tiver selecionado a posição dos galhos que julgar necessários para a formação estrutural da planta.

A melhor forma de cultivo é a pleno sol, com apenas uma rega diária. O solo deve ser bem drenante, mas acrescente um pouco de carvão e casca de pinheiro ao formar o substrato. Após o reenvase, adubação iniciada 45 dias, repetindo-a a cada 30 ou 40 dias, de preferencia com material organico. A melhor época para transplantar é no inverno. Para aramar, na primavera. As podas podem ser realizadas em qualquer época do ano, para manter a estabilidade visual ou adequar novas brotações conforme indiquei acima
. (Créditos:
http://www.brasiliabonsaiclube.com)

Desta forma, me apaixonei de imediato pela espécie e pretendo em breve buscar não apenas mudas para estaquia como também mudas de viveiros mais evoluídas. Parece-me uma espécie de fácil cultivo, que aceita bem as modelagens e se apresenta de forma muito bela se bem trabalhada.

Em breve trago alguma atualização desta nova experiência.

Abraços a todos,

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