Caros amigos e
curiosos, boa tarde.
Na matéria deste
mês da nossa coluna “Papo no Clube”, vamos conhecer um pouco mais sobre o nosso
amigo, por enquanto apenas virtual, de Barbacena, o Sergio Luis da Silva, que
divide sua paixão por Bonsai, com sua família, artes plásticas e o
motociclismo.
Trabalhando um de seus yamadoris |
Sérgio é um
colega sempre presente em nosso grupo do facebook (Bonsai Clube de Juiz de Fora) que além de auxiliar
os mais jovens, também costuma nos presentear com fotos do desenvolvimento de
algumas de suas plantas.
Nesta conversa,
ele nos conta como conheceu arte Bonsai e divide um pouco da sua experiência
num bate papo “perguntas e respostas”. Espero que gostem.
1) Há
quanto tempo você se dedica a cultivar espécies para Bonsai? Conte um pouco pra
nós da sua descoberta da arte e como se deu.
R. Desde
pequeno sempre gostei de miniaturas, e como muitos que se dedicam a arte, a
paixão veio no filme “karate kid” quando começou meu desespero em busca de
alguma árvore parecida com as do filme. Mas o primeiro que comprei em uma
exposição aqui na cidade, foi um ulmos que por falta de conhecimento acabou
morrendo. Só então em 1995 resolvi buscar conhecimento por meio de revistas
relacionado a bonsai e comecei meu 1º trabalho, uma jabuticaba que tenho até
hoje. Comprei em uma floricultura sendo que modifiquei por duas vezes até chegar
ao ponto que está e ela me ensinou muito como lidar com elas.
2) Você
já realizou algum curso sobre Bonsai ou participou de algum evento ou workshop
que possa indicar para os amigos que acompanham nosso blog? Como absorve
conhecimento para aplicar em seus trabalhos?
R. Olha, além
da arte bonsai, dedico também a artes plástica, sendo auto didático, mas com
relação ao bonsai busquei conhecimento em revistas onde fiquei sabendo do Terra
Bonsai do Rock Jr. e em 2 ou 3 visitas a seu viveiro esse gentilmente me passou
algumas informações muito importantes. Recomendo esse companheiro que além de
muito conhecimento é bastante educado. Agora, conhecimento mesmo vem com o tempo
e da própria natureza. Ao longo desse tempo perdi algumas plantas dentre elas 1
belo pinheiro negro que adquiri do Rock com aproximadamente 30 anos da coleção
do mestre Hidaka, isso por medo de trocar a terra.
3) Pelo
que acompanho através da internet, você possui um apreço muito grande por
Caliandras e Jabuticabeiras. O que o levou a cultivar estas espécies?
R. Sim, pela
beleza das plantas, seu formato e tipo de folhagem, mas também tenho outras
espécies como: Primavera, pitanga, ulmus, fícus , figo, acerola, amora, uvaia,
laranjas kinkan e kinzu. Agora as caliandras acho uma das espécies mais
resistentes podendo ser trabalhadas a qualquer época do ano com resultado
rápido, digo isso por experiência. Já as jabuticabas eu só faço transplante e
poda radical no mês de outubro e tem dado certo.
4) Quais
as dicas que você pode deixar para os amigos que acompanham nosso blog para
conseguirem resultados tão bons quanto os seus nestas espécies?
R. Caliandras
se consegue fácil, por ser muito usadas em cerca viva. Yamadori é a melhor
forma de se conseguir um bom trabalho num prazo de 2 anos de e quando o faço,
replanto apenas em areia de rio jogando no primeiro dia superthive “ 5 gotas
por 1 litro de água” e após uns 15 a 20 dias adubo com esterco de galinha
curtido, pó de café e claro o que não pode faltar o osmocote 15-09-12 – plus –
liberação de 8 a 9 meses. Depois com nova folhagem uso também biofert de 15 em
15 dias.
Já as jabuticabas podem ser encontradas em floriculturas e sempre
procuro comprar as que estão com formação de galhos bem baixa e não tenha medo,
serre no tamanho desejado não se esquecendo de passar pasta cicatrizante e com
os mesmos cuidados que citei para as caliandras. A dica e deixa-los crescer e
engrossar para depois podar, se querem galhos grossos espere e se não querem
podem podar. Agora sempre digo que a melhor vitamina pra elas é a água da
chuva. Outro detalhe, se deixar em pleno sol as folhas diminuem o tamanho e em
meio a sombra elas ficam maiores e mais verde e eu prefiro a pleno sol, já as
caliandras vermelhas não suportam muito sol.
5) Que
tipos de substrato e adubação vocês utiliza e qual a periodicidade das suas
intervenções e manutenções?
R. Bem, para
as plantas já desenvolvidas, uso terra, cascalho de areia e caco de telhas e
adubação como dito antes, pó de café, esterco de galinha, esse em pouca
quantidade para evitar a queima de folhagem, principalmente nas primaveras,
osmocote 15-09-12 esse coloco no final do inverno e bioferte o ano todo sendo
que diminuo no inverno e outono.
6) Você
também cultiva outras espécies? Quais são e quais suas idades?
R. Sim, tenho
algumas primaveras conseguidas por estaquia de árvore com mais de 50 anos,
acerola, laranjas, figos, fícus, pitanga, uvaia.
7) Também
pude perceber que ultimamente realizou alguns Yamadoris. Você faz a busca deles
com frequência? Possui alguma preferência?
R. Sim, todas
caliandras que tenho, são de yamadori e as colhi de uma fazenda e segundo
informações do caseiro elas foram plantadas na época da construção como cerca e
acredito que estão com mais de 60 anos e outras como pitangas que coli em
quintal de parentes, mexirica, acerolas, figos e amoras.
8) Na
sua região você tem acesso aos insumos, materiais, vasos,
ferramentas, etc, para trabalhos em Bonsai? Se não, como obtém o que precisa?
R. Estou em
Barbacena e aqui só se consegue a terra, areia o resto vem de fora e até de
outros países, isso pela internet.
9) Você
faz parte de algum grupo local, que se encontram para trocar
experiências ou mesmo realizarem trabalhos conjuntos?
R. Aqui só
conheço o amigo Marcos, esse mora perto de minha casa e sempre trocamos ideias,
trabalhamos algumas plantas juntos, yamadori e até vasos chegamos a fazer.
10) Quais
são as suas maiores necessidades para o desenvolvimento da arte Bonsai e que
ainda encontra dificuldades de superar?
R. A primeira é que
não tenho quintal e cultivo cerca de 40 plantas no terraço, dividindo espaço
com varal de secar roupas e a outra é que não se acha nada pra comprar aqui a
não ser boas mudas de jabuticabas e são poucos os que praticam a arte aqui.
11) Quais
suas dicas principais para os iniciantes na arte Bonsai?
R. A mais
difícil ao iniciante, paciência, busca por conhecimento que hoje ficou muito
fácil com a internet e todo principiante fica ansioso por um exemplar já
desenvolvido, tentar adquirir plantas já desenvolvidas em floriculturas e nunca
diga que é para bonsai senão eles dobram os preços, façam bastante contato com
quem já está a mais tempo na arte e observem as reações das plantas ao trato.
Sempre estou a disposição quando assunto é bonsai e
sinto bem em poder dividir conhecimento para o aumento de praticantes nessa
arte que nos ajuda a desenvolver paciência e tranquilidade.
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