sábado, 26 de janeiro de 2013

Papo no Clube com Ségio Luis da Silva de Barbacena


Caros amigos e curiosos, boa tarde.

Na matéria deste mês da nossa coluna “Papo no Clube”, vamos conhecer um pouco mais sobre o nosso amigo, por enquanto apenas virtual, de Barbacena, o Sergio Luis da Silva, que divide sua paixão por Bonsai, com sua família, artes plásticas e o motociclismo.

Trabalhando um de seus yamadoris

Sérgio é um colega sempre presente em nosso grupo do facebook (Bonsai Clube de Juiz de Fora) que além de auxiliar os mais jovens, também costuma nos presentear com fotos do desenvolvimento de algumas de suas plantas.

Nesta conversa, ele nos conta como conheceu arte Bonsai e divide um pouco da sua experiência num bate papo “perguntas e respostas”. Espero que gostem.


1)     Há quanto tempo você se dedica a cultivar espécies para Bonsai? Conte um pouco pra nós da sua descoberta da arte e como se deu.

R.  Desde pequeno sempre gostei de miniaturas, e como muitos que se dedicam a arte, a paixão veio no filme “karate kid” quando começou meu desespero em busca de alguma árvore parecida com as do filme. Mas o primeiro que comprei em uma exposição aqui na cidade, foi um ulmos que por falta de conhecimento acabou morrendo. Só então em 1995 resolvi buscar conhecimento por meio de revistas relacionado a bonsai e comecei meu 1º trabalho, uma jabuticaba que tenho até hoje. Comprei em uma floricultura sendo que modifiquei por duas vezes até chegar ao ponto que está e ela me ensinou muito como lidar com elas.

2)     Você já realizou algum curso sobre Bonsai ou participou de algum evento ou workshop que possa indicar para os amigos que acompanham nosso blog? Como absorve conhecimento para aplicar em seus trabalhos?

R. Olha, além da arte bonsai, dedico também a artes plástica, sendo auto didático, mas com relação ao bonsai busquei conhecimento em revistas onde fiquei sabendo do Terra Bonsai do Rock Jr. e em 2 ou 3 visitas a seu viveiro esse gentilmente me passou algumas informações muito importantes. Recomendo esse companheiro que além de muito conhecimento é bastante educado. Agora, conhecimento mesmo vem com o tempo e da própria natureza. Ao longo desse tempo perdi algumas plantas dentre elas 1 belo pinheiro negro que adquiri do Rock com aproximadamente 30 anos da coleção do mestre Hidaka, isso por medo de trocar a terra.

3)     Pelo que acompanho através da internet, você possui um apreço muito grande por Caliandras e Jabuticabeiras. O que o levou a cultivar estas espécies?

R. Sim, pela beleza das plantas, seu formato e tipo de folhagem, mas também tenho outras espécies como: Primavera, pitanga, ulmus, fícus , figo, acerola, amora, uvaia, laranjas kinkan e kinzu. Agora as caliandras acho uma das espécies mais resistentes podendo ser trabalhadas a qualquer época do ano com resultado rápido, digo isso por experiência. Já as jabuticabas eu só faço transplante e poda radical no mês de outubro e tem dado certo.

4)     Quais as dicas que você pode deixar para os amigos que acompanham nosso blog para conseguirem resultados tão bons quanto os seus nestas espécies?

R. Caliandras se consegue fácil, por ser muito usadas em cerca viva. Yamadori é a melhor forma de se conseguir um bom trabalho num prazo de 2 anos de e quando o faço, replanto apenas em areia de rio jogando no primeiro dia superthive “ 5 gotas por 1 litro de água” e após uns 15 a 20 dias adubo com esterco de galinha curtido, pó de café e claro o que não pode faltar o osmocote 15-09-12 – plus – liberação de 8 a 9 meses. Depois com nova folhagem uso também biofert de 15 em 15 dias. 

Já as jabuticabas podem ser encontradas em floriculturas e sempre procuro comprar as que estão com formação de galhos bem baixa e não tenha medo, serre no tamanho desejado não se esquecendo de passar pasta cicatrizante e com os mesmos cuidados que citei para as caliandras. A dica e deixa-los crescer e engrossar para depois podar, se querem galhos grossos espere e se não querem podem podar. Agora sempre digo que a melhor vitamina pra elas é a água da chuva. Outro detalhe, se deixar em pleno sol as folhas diminuem o tamanho e em meio a sombra elas ficam maiores e mais verde e eu prefiro a pleno sol, já as caliandras vermelhas não suportam muito sol.

5)     Que tipos de substrato e adubação vocês utiliza e qual a periodicidade das suas intervenções e manutenções?

R. Bem, para as plantas já desenvolvidas, uso terra, cascalho de areia e caco de telhas e adubação como dito antes, pó de café, esterco de galinha, esse em pouca quantidade para evitar a queima de folhagem, principalmente nas primaveras, osmocote 15-09-12 esse coloco no final do inverno e bioferte o ano todo sendo que diminuo no inverno e outono.

6)     Você também cultiva outras espécies? Quais são e quais suas idades? 

R. Sim, tenho algumas primaveras conseguidas por estaquia de árvore com mais de 50 anos, acerola, laranjas, figos, fícus, pitanga, uvaia.

7)     Também pude perceber que ultimamente realizou alguns Yamadoris. Você faz a busca deles com frequência? Possui alguma preferência?

R. Sim, todas caliandras que tenho, são de yamadori e as colhi de uma fazenda e segundo informações do caseiro elas foram plantadas na época da construção como cerca e acredito que estão com mais de 60 anos e outras como pitangas que coli em quintal de parentes, mexirica, acerolas, figos e amoras.

8)     Na sua região você tem acesso aos insumos, materiais, vasos, ferramentas, etc, para trabalhos em Bonsai? Se não, como obtém o que precisa?

R. Estou em Barbacena e aqui só se consegue a terra, areia o resto vem de fora e até de outros países, isso pela internet.

9)     Você faz parte de algum grupo local, que se encontram para trocar experiências ou mesmo realizarem trabalhos conjuntos?

R. Aqui só conheço o amigo Marcos, esse mora perto de minha casa e sempre trocamos ideias, trabalhamos algumas plantas juntos, yamadori e até vasos chegamos a fazer.

10)  Quais são as suas maiores necessidades para o desenvolvimento da arte Bonsai e que ainda encontra dificuldades de superar?

R. A primeira é que não tenho quintal e cultivo cerca de 40 plantas no terraço, dividindo espaço com varal de secar roupas e a outra é que não se acha nada pra comprar aqui a não ser boas mudas de jabuticabas e são poucos os que praticam a arte aqui.

11)  Quais suas dicas principais para os iniciantes na arte Bonsai?

R. A mais difícil ao iniciante, paciência, busca por conhecimento que hoje ficou muito fácil com a internet e todo principiante fica ansioso por um exemplar já desenvolvido, tentar adquirir plantas já desenvolvidas em floriculturas e nunca diga que é para bonsai senão eles dobram os preços, façam bastante contato com quem já está a mais tempo na arte e observem as reações das plantas ao trato.

Sempre estou a disposição quando assunto é bonsai e sinto bem em poder dividir conhecimento para o aumento de praticantes nessa arte que nos ajuda a desenvolver paciência e tranquilidade.

Aqueles que quiserem conhecer um pouco mais sobre o nosso amigo Sérgio e suas paixões, ele nos autorizou a divulgar seu facebook, que segue o link em anexo: https://www.facebook.com/sergio.luisdasilva.79?fref=ts.

Vejam abaixo alguns dos belíssimos exemplares do nosso amigo. Obrigado Sérgio.












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