quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sobre o que é o Bonsai...


Amigos e curiosos, boa noite.

Em minhas pesquisas sobre os estudos da arte Bonsai já assisti, li e tive acesso a muitas definições do que é o Bonsai, contudo, nenhuma até hoje, foi tao objetiva e clara.

Segue video sobre o curso em Pará de Minas. Olha que figura o estilo !

Parabéns ao sr. Ladoso !



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Projeto nº 11 - Flamboyant Vermelho

Meus caros,

Segue mais um post dos projetos mais jovens,  frutos da colheita de sementes do último mes e já exposto no post:Colhendo Sementes.

Aproveito para expor algumas fotos e ficha técnica da espécie ao final.

Arrisquei e comprei as sementes pela internet


Após 20 dias começaram a nascer

Aumentei a quantidade de terra



Texto: Cláudio C. Ratto
Fotos: Marileda

Nome comum: Flamboyant ou Flaboiant
Nome científico: Delonix regia
Família: Fabaceae Caesalpinioideae, Caesalpineae
Origem: Madagascar
Etimologia: Delonix, do grego delos, evidente, notável e onus, uma, referindo-se as pétalas notavelmente unguiculados. Regia, do latim regium-a-um, real, pela sua grandiosidade quando está em flor.
Floração: setembro/dezembro.

Árvore de flores exuberantes com tonalidade avermelhada, de copa frondosa e espalhada que proporciona boa sombra. Suas raízes tabulares (formato de tábua) crescem junto à base do tronco, conferindo um aspecto notável à espécie. É muito utilizada em amplas áreas, como praças e jardins.

Descrição: Árvore caducifólia de 6-15 m de altura, com a copa em forma de sombreiro e o tronco mostrando-se sinuoso ou reto e pouco áspero. Folhas bipinadas de 20-40 cm de comprimento, com 10-15 pares de pinas, cada uma tem de 12-20 pares de folíolos oblongos, de ápice e base arredondada, de cor verde claro a verde escuro. Flores vermelhas / alaranjadas, aparecem quando a árvore carece de folhas e estas se dispõem lateralmente nos ramos. Cada flor mede 10-12 cm de diâmetro e tem um cálice com 5 sépalas hirsutas, a corola com 5 pétalas desiguais e um androceu com 10 estames largos, delgados, de cor vermelha. Os frutos são muito coreáceo, de 40-50 cm de comprimento, plano e retorcidos de cor castanho quando maduro. Estes permanecem presos a árvore durante todo o ano.




INTRODUÇÃO –


Sempre ouvia dizer que um flamboyant não era uma das espécies mais indicadas para se trabalhar como bonsai e era por isso que não víamos exemplares como bonsai. Diziam que era pelo motivo dela ter folhas e flores grandes, galhos que secavam do nada e um lenho muito duro, difícil de modelar com o arame. Me via por conta disso intrigado, pois para mim seria uma das espécies com as quais gostaria de ter como bonsai desde o início. Também não existiam imagens nem tão pouco técnicas relacionadas, que iriam me orientar para fazer de um flamboyant bonsai. Então como fazer ?
Bem, o como fazer seria tentando, aplicando o pouco que sei no bonsai e muita observação e paciência, que na verdade uma das virtudes ou qualidades que temos que adquirir para desenvolver a arte do bonsai.
A abordagem relacionada as técnicas de tração e incisões iram mostrar como de fato não podemos nos deixar abater e sim seguirmos em frente, pois com muita perseverança, muita observação e principalmente colocando a mão na massa é que conseguimos aprender algo de novo.



TÉCNICA DA TRAÇÃO DO GALHO –

A técnica da tração empregada no Flamboiant foi quase uma conseqüência, devido as características da espécie. Diversos exemplares que vemos plantados em praças e avenidas pelo Brasil, apresentam em sua forma original galhos pendidos, dando a copa da árvore uma forma de sombreiro. Outras característica dada para a espécie seria um lenho de baixa durabilidade aos intempéries naturais e a morte espontânea de alguns galhos. Estes secam naturalmente e caem cedendo o lugar a um novo que irá em busca de um lugar ao sol. Isso acontece tanto em espécies plantadas no chão quanto nos bonsai, pois é da natureza da espécie.

Foi a partir dessas observações dos exemplares em tamanho natural, que a técnica da tração foi concebida, pois ao se tentar reproduzir o aspecto de um exemplar de tamanho natural foi feito inicialmente uma aramação completa nos galhos e esta por sua vez deixava marcas profundas na hora de modelar, devido ao tipo de lenho duro e também obstruía o aparecimento das novas gemas quando posicionamos os galhos para baixo. Para tanto, foi deixando a margem do galho apontado para baixo, como se fosse uma bengala, é que apareceram os brotos no dorso/lateral neste galho. A tração por sua vez mostrou-se que a margem do galho secava, enquanto mais para o interior do galho surgiam novos brotos. O fato disso acontecer é devido ao hormônio de crescimento da planta, se localizando em áreas onde há influência da luz solar. O modo que a auxina atua nesta espécie. A auxina nada mais é do que o hormônio vegetal encontrado em diversas espécies de plantas e ela, assim como outros hormônios, são responsáveis pelo crescimento. Então este se concentra na parte mais superior da planta, pois ele é que a faz crescer sempre em busca de um melhor lugar ao sol. As margens da planta mais exposta ao sol ficam repletas desse hormônio e assim os novos brotos vão surgindo e a planta conseqüentemente vai crescendo.
Ao excluirmos o arame de boa parte do galho fazendo somente uma tração deste, é que conseguimos um melhor modo para modelarmos a parte aérea de um flamboyant e com as trações sucessivas, vamos começando a multiplicação ou dicotomia dos galhos. Pode-se enrolar o arame na extremidade deste galho para dar mais pega, prendendo a outra extremidade na borda do vaso. Isso irá ajudar o surgimento de novos brotos, futuros galhos, mais para o interior e no dorso desse galho. Depois que estes estiverem consolidados são podadas as extremidades dos galhos até onde esteja seco, ou mesmo pode-se podar próximo a esses novos galhos.
Esta técnica com certeza é a mais correta para esta espécie e fazendo-a sucessivamente a compactação irá aparecer e os cortes fecharão com mais facilidade.




Durante o processo de modelagem, quanto mais estimulamos uma nova brotação para que surjam mais galhos, ficamos sem a floração. Porém este é a melhor maneira para conseguirmos um exemplar em escala compatível para bonsai sem cicatrizes e também fazendo uma comparação com uma poda drástica, a técnica da tração se mostra menos agressiva a planta e não deixa cicatrizes. Esta só é empregada depois que os galhos estão consolidados. Provavelmente alguns desses galhos novos irão sucumbir, pois é assim a natureza dessa espécie. Essa modelagem é realizada no inverno, pois os galhos estarão mais maleáveis e a folhagem mais fraca. Uma outra opção, seria quando eles estivessem com a coloração mais amarronzada, mas nunca enrole o arame nesses galhos por completo, pois o mesmo irá criar feridas e em alguns casos cicatrizes muito feias difíceis de serem corrigidas e também irá prejudicar o surgimento das gemas.

Uma outra técnica empregada no bonsai, seria o de se retirar a gema apical, para se estimular novas brotações, mas como vimos anteriormente, futuramente teremos que posiciona-los para baixo para reproduzirmos o aspecto que a espécie oferece, que é de sombreiro. Então perderíamos a margem do galho e esse não seria o melhor método para modelagem como bonsai. É melhor fazer de fato a tração, pois estimula o crescimento de novos brotos no dorso/lateral do galho tracionado.
Outro fato interessante, é quando a desfolha. Ao se retirar a folha por completo, retirando a haste(pecíolo) também, dificulta ainda mais o surgimento de novos brotos, não sendo a melhor maneira para se conseguir um maior número de galhos (dicotomia) e compactação da folhagem. Na maioria das vezes observa-se que os galhos pinçados secam também. A melhor maneira então é podar as folhas no outono deixando a haste e controlando as regas para que consigamos a compactação das folhas.


Visual de um outro exemplar após desfolha


visão por cima

Para finalizar, todo bonsaista sabe que a dicotomia se dá quando podamos os galhos ou o tronco, mas para esta espécie esta simples técnica não funciona, ou seja, como vimos nas explicações acima a tração seria a melhor alternativa.


TÉCNICA DAS INCISÕES –

As incisões na base, são realizadas para se conseguir imitar com fidelidade as raízes tabulares ou projeções basais que ocorrem nos exemplares em tamanho natural de um flamboyant. Essas são feitas durante a fase ativa da planta, respeitando o sentido das raízes laterais. São escolhidas apenas umas 5 raízes laterais para fazer o nebari. Porém antes de faze-la, tem que se retirar a raiz “pivotante” e outras que estão indo para baixo. As incisões ou riscos tem que estar alinhados com as raízes e são feitos longitudinalmente. Esses riscos não irão estimular o surgimento de novas raízes e sim a cicatrização no local. Para tanto, deixe a área riscada acima do solo, já as raízes, podem ficar enterradas até que consigamos obter as projeções desejadas. Quanto ao comprimento destas incisões ou riscos, é de acordo com o gosto de cada um.


Detalhe das projeções basais conseguidas com a técnica


Incisões recém feitas


Começando o processo da cicatrização


Incisão cicatrizada e início da formação da projeção basal


Não é necessário fazer uso de qualquer tipo de cicatrizante, apenas tome esse procedimento salvo a planta estar em bom estado de saúde. Espere inchar e cicatrizar para depois repetir novamente a operação. Temos que esperar fechar (cicatrizar) o corte para fazermos novamente. Até que isso aconteça, podemos observar que os cortes vão apresentar uma coloração diferenciada do tronco. Quando estiver tudo igual faça novamente as incisões nos mesmos locais respeitando a fase ativa da planta. Melhor deixar ele praticamente fechar a cicatriz, para poder ter tecido vivo para cortar. Utilize um bisturi ou mesmo um estilete para fazer as incisões. Depois que houver a cicatrização, obviamente não aparecerá o corte que se fez e só depois disso é que fazemos de novo. Notamos que formará uma projeção na parte basal do tronco, então teremos que repetir essas incisões até que fiquem bem proeminentes, bem parecidos com as raízes tabulares de uma planta em tamanho natural. As incisões são realizadas uma vez por ano, respeitando o ciclo anual. Escolha os exemplares que estão com pelo menos uns 2 cm de diâmetro ou os que já estão com casca no tronco. Pode-se fazer este tipo de trabalho quando a planta sair do estágio de dormência ou em plena atividade e faça se ela estiver com saúde. Porém não faça ainda nas raízes. Mantenha elas recobertas com o solo e chegue bem perto, mas não faça ainda as incisões. Quando sua planta estiver mais desenvolta quanto as projeções, ai sim que iremos fazer nas raízes, pois a planta está gerando tecidos novos para "cobrir" a ferida anterior e ao contato com o solo estas ficariam vulneráveis a contaminação. Essa cicatrização faz o caule ficar mais grosso nesse ponto e ao mesmo tempo as raízes que estão enterradas vão engrossando.
Para imitar o nebari de um Flamboiant, é necessário fazer incisões sucessivas nas áreas pré-determinadas, conforme escrevi anteriormente, que é respeitando o sentido das raízes laterais. Não se preocupe de fazer uma incisão profunda, desde que o exemplar não seja muito pequeno. Quando for fazer a próxima troca de solo e vendo que já existem calosidades na base, que são as projeções basais que falo, pode reduzir bem o volume das raízes. Com isso conseguimos uma maior redução, ou compactação, das folhas. Faça no final do inverno início da primavera e quando chegar no outono, retire todas as folhas deixando apenas as hastes que as sustentam os pecíolos.
Com isso e controlando as regas, mais compactação iremos conseguir com relação a folhagem. As incisões tem que ser realizadas quando a planta estiver em plena atividade, que compreende os meses mais quentes do ano. No inverno não é conveniente tomar esse procedimento, pois a planta está com o seu metabolismo baixo.

 

Projetos nº 6 e 8 Acer e Ligustro - Reenvase para escorredor

Caros colegas,

Apresento aqui dois trabalhos de reenvase pra escorredor feitos na mesma noite da intervenção da Azaléia (Projeto nº 12), junto ao Ligustro (Projeto nº 08 - Ligustrum) e o Acer (Projeto nº 06). Nos próximos dias farei as mamadeiras para ambos.

Substrato utilizado: Areia grossa, caco de telha e terra

As britas para o fundo dos escorredores


Prestem atenção no Acer a seguir como se desenvolveu desde o último post Atualização do Acer.

Acer antes do reenvase





Abaixo as fotos do Ligustro. Valorizou o nebari no escorredor.



Visita à Dona Euzébia

Amigos,

Estive fora neste final de semana e em visita à Leopoldina decidi dar um pulo em Dona Euzébia, conhecida por ser pólo produtor de mudas:http://www.donaeuzebia.mg.gov.br/

Parti pela estrada decidido a encontrar algumas coniferas e com flores que não venho encontrando em JF, contudo, não poderia ser muita quantidade pois além do porta malas não ser tão grande, ainda tinham as malas que também voltariam para JF.

Encontrei um lugar antes de chegar (não lembro o nome do horto, mas o responsavel chama-se Adão e atende pelo 3453-1000) e perdi muito tempo lá, assim, não conheci todo o potencial da mudas da região.

Busquei especialmente mudas de coníferas, e algumas flores e frutas que não encontramos por aqui, e tinha muita coisa. Peguei uma muda de lixia para parentes e fiquei com uma Eugenia, uma Tuia e uma Kaizuca, ganhando de rebarba ainda um ficus que acabei não fotografando. Desculpe a qualidade, mas são de celular:

KAIZUCA

EUGENIA E TUIA

DETALHE DO NEBARI DA EUGENIA

Destas, pretendo guardar a Tuia para a primeira oficina do nosso Clube, contudo, se até lá não decidir um estilo para as demais, também as levo.

Vejam as demais fotos:









sábado, 17 de setembro de 2011

Projeto nº 12 - Azaleia

Prezados amigos,

Apresento hoje o meu mais novo xodó: uma Azaléia. Em várias pesquisas encontrei exemplares lindíssimos dessa belíssima planta. Tenho essa muda há algumas semanas e precisava tomar alguma ação pois sua terra estava compactando e a primavera chegando. 

Aproveito e já mostro uma intervenção feita agora há pouco, juntamente com o reenvase para escorredor do eu ligustro e do acer, mas estes são assunto para outro post.

Abaixo algumas fotos dela e informações gerais sobre a espécie:

A Azaleia quando comprei no Horto Municipal

Bem saudável e com bastante floração.

Após muita pesquisa sobre a planta, uma coisa era certa, aproveitar a época e passa-la para o escorredor e mamadeira para engorda do tronco, contudo, também estudei que seria a melhor época para começar com intervenções estruturais.

Vou tentar adotar o estilo cascata que eu adoro e ainda não tinha nenhuma muda que pudesse me proporcionar essa satisfação, conforme modelo de estilo abaixo:



A seguir minha tentativa após intervenções desta noite. Desculpem as fotos, mas com as próximas atualizações prometo compensar.


A seguir a ficha técnica da espécie:

Nome Popular: Azaléia

Nome Científico: Rhododendron

Origem: Ásia

Ambiente: Durante a época de crescimento, as azaléias precisam de proteção (sombra) durante as horas mais quentes do dia (das 10:00 às 16:00). Suportam bem o vento, apenas sendo necessário regá-las com mais freqüência. Uma elevada umidade do ar é bastante conveniente. Pode ser um belo bonsai de interior, desde que não fique em locais muito escuros e fechados.

Características: É um arbusto denso, podendo chegar até 1,50m de altura, com folhagem perene e semi-perene, verde-escura. As flores são relativamente grandes e possuem diversas colorações. Cresce de forma lenta e regular. Devido a inumerável quantidade de variedades e espécies híbridas, torna-se difícil a correta denominação das distintas espécies. Para bonsai, devemos evitar variedades com flores muito grandes, as quais são mais sensíveis que as variedades com flores simples e pequenas que ficam mais proporcionais, mas isso não é uma regra, apenas um conselho.

Adubação: Adubo orgânico pouco concentrado na primavera e no outono. Não adube durante a floração. As azaléias gostam muito de adubos ricos em fósforo. Ex.: NPK 4-12-4. Um adubo riquíssimo em fósforo é a farinha de osso.

Rega: As raízes secam rápido, e isso é fatal para a planta. Regue com freqüência durante todo o ano, menos durante geadas e nunca deixe o solo encharcado.

Poda: Os brotos devem ser podados durante toda época de crescimento até o final do verão, quando começam a aparecer os botões florais. As azaléias têm uma impressionante capacidade de regeneração. Procure sempre fazer uma poda nos galhos muito densos, melhorando assim a aeração da planta, e também permitindo que o sol atinja as partes internas da mesma. A azaléia é uma das poucas plantas que tem o crescimento mais vigoroso nos galhos inferiores, devendo então podados mais freqüentemente.

Solo: As azaléias são plantas de solo ácido, exigentes em ferro. O solo deve conter bastante matéria orgânica (pó de xaxim, casca de pinheiro ralada, matéria orgânica curtida etc.) É bom lembrar que toda a matéria orgânica deve ser curtida por no mínimo 6 meses, pois os gases tóxicos que se formam nos 6 primeiros meses são prejudiciais à planta. Após curtida deve ser secada ao sol por alguns dias. Para compor o substrato, pode-se utilizar a seguinte combinação: 30% de terra boa + 40% de matéria orgânica + 30% de areia grossa ou pedrisco (para facilitar a drenagem).

Limpeza: Elimine o excesso de botões florais e depois da floração, remova as flores murchas, bem como todos os brotos do tronco. Mantenha sempre o solo limpo.

Transplante: A cada dois anos e, no caso de exemplares mais jovens, todos os anos (sempre depois da floração). Corte 1/3 das raízes. Depois do transplante, espere no mínimo 3 semanas para podar.

Aramação: Da primavera até o outono, sem restrições.

Dicas:

  • Os galhos da azaléa se rompem com facilidade, então, para endurecê-los antes da aramação, é aconselhável não regá-la um dia antes.
  • Evite molhar as flores para que permaneçam belas.
  • As azaléas não costumam ser cultivadas em vasos rasos.
  • Uma vez a cada 6 meses é bom enterrar um pedaço bem pequeno de palha de aço, em algum canto do vaso. Ao se decompor irá liberar o ferro, elemento primordial para a azaléia.
A seguir dica do Mestre Hidaka:

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Projetos nº 10 e 13 - Pau Ferro

Nobres amigos e curiosos,

Segue mais uma apresentação de jovens projetos que atualizarei constantemente. Tratam-se de duas mudas de Pau-Ferro que obtive com o plantio de sementes obtidas aqui mesmo na cidade, conforme exposto no post Colhendo sementes.

Muda 01 antes de reenvasar

Muda 02 antes de reenvasar

Após reenvase

Após reenvase


Abaixo a ficha técnica da espécie, já que terei dois projetos dela por enquanto.
  • Nome Científico: Caesalpinia ferrea
  • Sinonímia: Caesalpinia leiostachya, Apuleia ferrea
  • Nome Popular: Pau-ferro, Jacá, Ibirá-Obi, Imirá-Itá, Jucá, Pau-ferro-do-ceará, Jucaína, Icainha, Muiarobi, Muiré-itá
  • Família: Fabaceae
  • Divisão: Angiospermae
  • Origem: Brasil
  • Ciclo de Vida: Perene
Pau-ferro, Caesalpinia ferrea, Caesalpinia leiostachya, Apuleia ferrea, , Jacá, Ibirá-Obi, Imirá-Itá, Jucá, Pau-ferro-do-ceará, Jucaína, Icainha, Muiarobi, Muiré-itáO pau-ferro é um árvore perenifólia a semi-decídua, nativa da mata atlântica, ocorrendo do sudeste ao nordeste do Brasil, nas florestas pluviais de encosta atlântica (floresta ombrófila densa). A copa é arredondada e ampla, com cerca de 6 a 12 metros de diâmeto. O porte é imponente, atingindo de 20 a 30 metros de altura. O tronco apresenta 50 a 80 cm de diâmetro. Ele é claro, marmorizado, liso e descamante, o que lhe confere em efeito decorativo interessante. As folhas são compostas bipinadas, com folíolos elípticos de cor verde-escura. A floração ocorre no verão e outono. As flores são amarelas, pequenas, e de importância ornamental secundária. Os frutos são vagens duras que amaduressem no inverno. Parte dos frutos cai, enquanto que uma boa parte ainda permanece na planta, formando um banco de sementes aéreo.
O pau-ferro é muito visado para o paisagismo por suas características ornamentais e de sombreamento. Apesar do porte, não possui raízes agressivas, o que é um fator importante de eleição para arborização urbana. Deve-se evitar, no entanto, o plantio em calçadas, sob fiação elétrica, e em locais de transito intenso de pessoas e carros, pois os ramos tendem a quebrar e cair em tempestades, oferecendo perigo. Como o próprio nome já diz, o pau-ferro possui madeira dura, densa, durável e resistente, de excelente qualidade para a fabricação de violões e violinos, e para construção civil, na construção de vigas, esteios, caibros, etc. Seu crescimento é rápido, principalmente nos primeiros anos. Em recuperação de áreas degradadas, o pau-ferro também é uma excelente escolha, por crescer bem em áreas abertas.
Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente no primeiro ano após o transplante das mudas. Multiplica-se por sementes, que devem ser escarificadas antes do plantio, para quebra de dormência. As sementeiras ou tubetes devem ficar sob meia-sombra e irrigados pela manhã e pela tarde. Emergem em 20 a 30 dias após o plantio. As mudas devem ser transplantadas para saquinhos maiores ou para o local definitvo quanto atingirem 6 cm de altura.
Medicinal
  • Indicações: Diabetes, infecções bronco-pulmonares, infecções intestinais, disenterias, diarréias, cáries, gengivite, reumatismo, sífilis
  • Propriedades: Anti-séptico, antimicrobiana, adstringente, depurativo.
  • Partes usadas: Cascas
Autor: Raquel Patro
Conteúdo sob Licença Creative Commons

Colhendo Sementes 2

Amigos,

Em continuidade ao post de colhendo sementes apresento um nova fornada de plantio de caliandras, esponjinhas, pitecos, pau ferro, leucema, murta, flamboyant, cereja, ameixa e abil. Vamos ver se vingam !!!

De novidade, somente as sementes de Ipê amarelo conseguidas junto ao amigo Douglas Leite.


Um dos temas discutidos em nosso primeiro encontro do Bonsai Clube de Juiz de Fora foi a questão ambiental e o senso comum dos presentes na reutilização de embalagens no dia a dia da arte bonsai. Como pode ser percebido na foto acima, utilizo para plantio sempre embalagens plásticas recicláveis.



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Projeto nº 09 - Bouga de Raiz

Amigos, 

Venho apresentar-lhes uma grata surpresa encontrada no saco de terra que estoco aqui em casa para utilização em vasos médios e pequenos. Ao roçar o saco para conchar terra para secagem, encontrei um pedaço da raiz da bouga que fiz meu primeiro Yamadori no Projeto nº04 - Bougainville.

O que me chamou atenção é que essa raíz estava se prolongando na umidade do saco guardado.





Assim, não pensei duas vezes, plantei-a e vejam como se encontra.







Assim, vou esquecê-la para crescimento mas tendo em vista que há diversos brotos subterraneos e acredito que possa tirar bastante coisa debaixo da terra para explorar no futuro.

Como não passei detalhaes da espécie no post do Projeto nº04, apresento aqui algumas informações complementares e fotos contagiantes.

Ficha técnica:

(colaboração de Macdonald fernandes)
- Nome Científico ou nome latino: Bougainvillea glabra

- Nome comum ou vulgar: Primavera, Bougainville, Boganvilla, Trindade, Bugenvil, Dania, Papel Flor, Santa Rita.

- Família:
- Nyctaginaceae (Nictagináceas).

- Origem:  Brasil.

- A buganvília é uma planta trepadeira que se forma em um tronco com a idade.

- Ela é sempre verde, mas pode agir como uma espécie de folha caduca, se cultivadas em climas mais frios do que o Mediterrâneo.

- Existem variedades com folhas verdes variadas e creme.

- O ornamento desta planta são suas floresque podem ser rosa, roxo, vermelho, amarelo, etc, dependendo da variedade, que rodeia a flor verdadeira, que é minúsculo e sem valor decorativo.

- Luz: Pleno sol para florescer.

- Interior apenas quando a luz é muito intensa, com uma janela com muito sol ou com efeito de estufa, embora seja mais provável a florescer com dificuldade ou não florescer, ela precisa de muita luz para florescer e, como já dissemos, muito intenso.

- Temperaturas:  Ela vem da América do Sul subtropical. Proteger da geada.

- Umidade:  Não pulverizar as folhas ou manter umidade excessiva porque provoca um aumento exagerado do tamanho das folhas e reduz o florescimento e até a perda de flores.  Na verdade, você tem que evitar molhar as flores ao regar, porque se ficarem molhadas, elas vão cair.

- Substrato:  Uma boa mistura de substrato para a Primavera seria 35% de areia grossa ou equivalente% (solo vulcânico, etc) e 65 de substrato orgânico.
- Coloque no fundo do vaso uma camada de pedras e depois outra de cascalho para facilitar a drenagem.

- Irrigação:  Com o calor do verão mergulhe o vaso em água até que apareça bolhas de ar na superfície da água.

- Não se deve regar com tanta freqüência quanto as outras plantas.

- No inverno,  deixe o substrato  secar superficialmente para uma nova rega. Uma boa tecnica é colocar o dedo por cima do substrato e verificar se o dedo está molhado. Se sim suspenda a rega.

- Imediatamente antes da floração para parar a rega por uma semana para promover o desenvolvimento dos botões florais.

- Adubação:  Desde o final da primavera ao fim do verão aduba-se a cada 15 dias com adubo líquido para bonsai, mesmo durante o período de floração.
- No período de descanso de inverno, a Primavera não deve se adubada devido ao estado de dormência de suas raízes.
- Retomar a adubação na primavera, para que começem a vir as primeiras flores.
- Não adube uma planta recém-transplantada, aguarde para que ela cresca e se recupere.

- Nós podemos ajudar a reduzir o tamanho das folhas, com uma boa exposição ao ar livre em pleno sol, com rico suprimento de fósforo de fertilizantes (P) e potássio (K) do que o nitrogênio (N) para desencorajar o desenvolvimento de folhas.

- Poda: – As flores aparecem nas pontas dos ramos, por isso, é aconselhável deixar os brotos crescerem ao longo da estação de crescimento para obter os seus ramos maduros o suficiente para produzir flores em suas pontas.
- Infelizmente, temos que escolher entre ficar com as flores e modelar a forma dos seus galhos.
- Como as folhas são alternadas, devemos considerar o sentido em que vamos podar, então eu sempre podo acima de uma gema que tem uma folha para o exterior do galho ou para a direção desejada.
- A poda drástica tem seu melhor efeito no final do inverno, pouco antes da primavera.
- Embora a poda de galhos possa ser feita em qualquer época do ano, o melhor é após o florescimento, entre a primavera e o verão tardio, encurtando para até 2 ou 3 pares de folhas.

- Aramação: – O posicionamento dos galhos através da aramação é complicado porque os seus galhos se lignificam rapidamente se tornando rígidos e frágeis, por isso a modelagem das buganvílias é o melhor feito por um planejamento da poda nos anos subseqüentes ou o tracionamento.
- O melhor momento para a aramação é na primavera.
- Os galhos semi-lenhosos são os melhores para serem aramados, já os lenhosos são quase impossíveis de se dobrar.
- Se decidirmos aramar galhos jovens, devemos acompanhar atentamente para que os arames não marquem a casca do galho devido a rapidez com que engordam e crescem.
- Os arames não devem ser deixados na árvore mais do que alguns meses (entre 3 e 5).
- A aramação é usada apenas quando outras técnicas de modelagem não produzirem os efeitos desejados.

- Transplante:

- A cada 2 ou 3 anos, no início da primavera. Nos espécimes cultivados em climas tropicais ou subtropicais, podemos aumentar a frequência para transplante para até um ano.

- Nós também podemos transplantar no início do outono, ou antes do aparecimento de novos brotos.

- Entre a poda de galhos e transplante (ou vice-versa) deve ter um intervalo de tempo mínimo para não acumular operações muito agressivas ao mesmo tempo, como três semanas.
- Durante o transplante deve-se limpar qualquer parte de raízes podres e podar galhos indesejados para reduzir a copa.
- Se a poda da raiz é muito grande, é necessário remover as folhas na mesma proporção que as raízes removidas.
- Tenha cuidado para não podar drasticamente as raízes durante o transplante, podar apenas raízes grossas deixando as mais finas.

- É desejável, para proteger a árvore após o transplante pelo menos um mês, colocando-a em um local bem iluminado, evitando a luz solar direta.

- Pragas:

- Pulgões verdes, cochonilhas, mosca branca, a aranha vermelha, etc.

- Doenças:

- O oídio (fungo uma manchas brancas).

- Clorose, causada pela falta de ferro e outros micronutrientes, como manganês e zinco.

- A Bougainvillea é sensível à deficiência de ferro (clorose de ferro), por isso é aconselhável a utilização de tempos em tempos, o ferro quelado com água de irrigação, evite usar o excesso de água com cal, uma vez que impedem a boa absorção de ferro. Uma boa dica também é enterrar um pedaçinho de bombril num canto do vaso que ao se decompor forneça o ferro necessário à planta.

- Multiplicação:

- Estacas lenhosas no inverno. Em climas frios exige calor constante (20 º C) em uma estufa. As raízes aparecem com cerca de 3 meses.

- As estacas moles ou semi-lenhosas, cerca de 10 cm, no início da primavera / verão. Se tudo correr bem, enraizarão em torno de 4 a 6 semanas, embora algumas com aquecimento inferior a 15 ° C serão mais demoradas.

- O uso de hormônios de enraizamento aumentam a porcentagem de estacas enraizadas.

- Alporquia com musgo no final do inverno / início da primavera.

Fotos: